segunda-feira, 12 de abril de 2010

Para Ana

Ana,

Eu gosto daquele verso que te falei

(Nave, Ave, Moinho
e tudo mais serei
para que seja leve
meu passo
em vosso caminho)

Traduz leveza
(como você observou)
A paixão é um peso
escraviza
é contra a vontade da gente
tudo involuntário
e fora do controle
Não é bom
Nunca se está de fato feliz
ou em paz
É uma agonia
não remunerada.
Eu sei que você concorda comigo.
Sei também que essa parte da nossa conversa nos inspirou
e você me obrigou a escrever, a salvar em algum lugar esse trecho.

Sabe, é bom quando conversamos, nos entendemos
e apesar de tantas diferenças e dias e dias de distância, você sabe
que falamos uma língua parecida e tão esquisita pra tanta gente.

Depois me fala desse livro novo. Das coisas que eu sei que você sublinha. Todos os seus livros são riscados, têm anotações várias, á lápis. Eu sempre leio com mais atenção esses trechos.

Amo você desse meu jeito. É muito, creia. Vc sabe.

Um comentário:

Ana Paula Rezende disse...

Nossa que lindo!
É verdade, precisamos registrar os trechos das conversas que são como insights, amplificações e nos ajudam a clarear e evoluir nossa percepção.
Sim, meus livros são riscados...
O livro novo, acabei de ler hoje.
E acredito que ele tenha chegado em minhas mãos de uma forma divina.
Porque ele foi um instrumento fantástico para o meu momento. Ele está riscado e cheio de palavras soltas.

Fala da incapacidade de amar de alguns homens, suas mensagens ambíguas, a fantasia que a mulher cerceia a liberdade é o seu algoz.Porque seu amor, seu carinho e seu cuidado são sentidos como armadilhas para um compromisso que ele não irá assumir.

E ele diz o perfil das mulheres que se relacionam com os fóbicos a compromissos. São mulheres confiáveis, guerreiras, que lutam por seus sonhos, acreditam nas palavras e no poder estruturante de um relacionamento.
O que não se aplica necessariamente a esses homens. Por isso, ela faz uma leitura erronea pq lê de acordo com a sua verdade.
É triste ler tantos relatos de dor, é angustiante se reconhecer em tantos.
No final, há um roteiro muito interesante, onde o autor ajuda a mulher que passou por essa experiência traumática a voltar para si mesma, recuperar a auto estima, se livrar da culpa pq com certeza não é ela o problema, diz o qunato as mulheres que passaram por essas experiencias acabam necessitando de análise, já que a depressão e a ansiedade tornam-se sintomas e gritos de socorro.
"Como pode o meu amor e o meu melhor amigo se transformar em um fugitivo. Como pode abandonar quem ele diz ser tão importante pra ele. Jogar fora uma relação tão especial."
Com certeza, é necessário reencontrar a paz e aleveza depois desses fatos.

Amo você, muito!
Verdade, falar a linguagem "esquisita" do inconsciente, subjetiva, faz parte da gente.
Por isso, muitas vezes somos naturalmente incompreendidas nessa complexidade.

"Nessa agonia não remunerada..."

Beijosss

Ah...pretendo comprar os dois outros livros dele. Vale muito a pena.