quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Do desejo.






Quem és? Perguntei ao desejo.

Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada.

H.H.

Para pensar o Outro, eu deliro ou versejo.

Pensá-LO é gozo. Então não sabes? INCORPÓREO É O DESEJO.

H.H.




Ocupa-me espaços pensar-te.

Eu sendo uma e tu em todos cantos meus.

E também nos avessos.

Não há saber nisso do meu desejo.

Tampouco consciência.

Torpor do que não dissemos.

Não lembro.

Vejo o grisalho na tua cabeça e me vem o cheiro.

Gosto.

E eu escrevo sobre o que não existe?

E se foi, bastou o momento.

Querer é doloroso.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ela bela.

Uma renda vermelha sob a pele, e num instante mágico a percepção do feminino submerso.

Então o contraste daquela cor com a carne era um pouco triste, confuso e belo.

Aquela delicadeza da trama sob o músculo refletia no espelho alguém que há muito não se sabia leve.

E era asa essa visão.

Um vôo interno, intrépido e profundo.

Em infinitos segundos os sentidos se conversam e convergem para o muito.