segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Intuição

Hoje eu consigo interpretar esses sinais que me chegam e ainda indecifráveis, me tiram do normal. Deve haver mesmo muito mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia. Existem muito mais significados em alguns meros acasos do que podemos supor.

Todas as pessoas que me abalaram a alma, e foram poucas, enviaram sinais antes mesmo que eu as conhecesse. Não é absurdo, nem devaneio. Hoje falo com certeza que sendo anjos ou diabos, alguns seres se anunciam misteriosamente. Ou nem propriamente eles, mas o seu impacto. Uma espécie de energia que é emanada e só outro corpo específico recebe.

Você já parou no meio do seu dia, no olho do furacão, apenas por ouvir uma voz? Ainda sem entender esse som, algo ali pulsava? É a intuição. Impossível ler de cara, mas depois unimos as peças e montado está o quebra-cabeças etéreo. Pois é, se no turbilhão cotidiano uma voz te paralisa, deve haver muito mais do que um espírito assim nem tão evoluído como meu, possa entender. Ou não há o que entender. É contemplação. (Poucos querem saber o movimento do sol, seus graus, rotações, mas vê-lo e senti-lo preenche quase tudo em inúmeras almas)

Ouvir o nome de uma pessoa e de alguma forma sentir-se curioso, afoito, avulso por não saber quem é...já lhe ocorreu? Eu digo que há muito mais de cinema nessa vida tacanha do que admitimos normalmente. Óbvio que esses impactos não são freqüentes. Se fossem, teria outro nome. Não seria intuição. Esse chamado incômodo, misterioso, é o prenúncio de uma chegada, de uma transformação. Estaremos preparados?

Meu primeiro amor foi assim. Um menino lindo passou por mim. Poderia ser só mais um. Eu não entendi, mas incomodou profundamente e nossa relação durou mais de uma década e transformou nossas vidas para sempre. Grandes amizades também. Numa aula de sociologia, um casal me puxava o olhar. Um rapaz barbudo e uma moça diferente de todo mundo. Nesse mesmo dia passamos horas conversando e estamos na vida de cada um há mais de sete anos. Amém.

O que eu afirmo é que nosso corpo, nossos sentidos, entendem sinais antes de nossa consciência. Esse período meio REM, é o que entendo por intuição. É uma espécie de transe, letargia, dormência. Há um grito que ainda irá se propagar.

A vida é mágica e nós também. Não podemos negar ou fechar as portas para isso. Podemos mudar qualquer percurso. Mas se passarmos batido, o que terá ficado para trás?

Talvez essas relações sejam as chamadas “cármicas”. Não tenho conhecimento para falar sobre o assunto, mas respeito, porque a respeito dele, eu intuo, no meu torpor quase consciente pela busca de respostas, que ele existe e há fundamentos que pertencem ao campo sensitivo. Fogem da capacidade científica ou lógica. Estupidez é negar esse fato. ( Ou excesso de terra na carta natal, o que confere um ceticismo insuportável).

Ainda bem que já sabemos valorizar e entender a inteligência emocional. O mundo está evoluindo, eu creio.

E se há tanto para aprender e conhecer, que o máximo disso tudo seja agora. Seja lá o que de fato for, eu sou a favor do crescimento. Tenho mesmo meus braços abertos para o novo que me sorri e toca a alma. (Raro). É maravilhoso saber que há presentes guardados e amargos que nos enobrecem e transformam. Isso afinal é estar vivo e interagir. Quero minha intuição aguçada, não mais a nego. Ela me presenteia e protege. As outras coisas, depois dela, são os fatos que fogem a nosso controle ou vontade. Mas é nessa dança que a gente vira gente de verdade. Eu estou aprendendo. Um dia vou saber voar.


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